segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Foto em Cena: 26 documentários para ver on-line

"Foto em Cena" foi uma série composta por 26 documentários feitos para a TV com depoimentos de importantes fotógrafos brasileiros.

Repleto de imagens e música aborda ensaios, coleções e enfatiza temas como: esporte, moda, fotojornalismo e documentação, buscando relacionar o olhar, a expressividade e os conceitos do artista com aspectos sociais e culturais que compõem a diversidade do nosso país.

Os convidados foram acompanhados em ação, fotografando em externa, estúdio, trabalhando no ateliê ou em casa. Eles descrevem ao espectador sua visão de imagem, forma, subjetividade, o momento de criação, a fotografia física e a tridimensionalidade.

Originalmente a série foi veiculada como um interprograma na rede de TV por assinatura Canal Brasil e agora se encontra disponível na internet.

Para ter acesso aos programas acesse:http://www.fotoemcena.com/historico.htm

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Dicas de Poses para Retratos

(c) Clicio Barroso
Fazer um retrato fotográfico não é tarefa fácil. Segundo Clicio Barroso “as pessoas que vão ser fotografadas geralmente estão bastante inseguras, com medo de se mostrar para a câmera, e costumam criar um personagem no estúdio diferente do que elas realmente são. É função do fotógrafo quebrar esse gelo e passar a confiança necessária para o fotografado”.

Para ajudar nessa tarefa, Clicio sugere dicas de poses que ajudam a iniciar a sessão sem muitos traumas, posicionando o fotografado de uma forma que valorize a pessoa. São elas:

Foto 1 - A primeira dica de pose é nunca posicione ombros e cabeça frontalmente para a câmera. A famosa pose-documento (...) só serve para quem é muito magro, pois a tendência é se formar uma massa muito larga no tronco, tornando a cabeça desproporcionalmente pequena e desviando a atenção dos olhos do foco do retratado, que deve ser o rosto.

Foto 2 – Os ombros devem sempre estar em ângulo em relação à câmera: quanto maior o ângulo mais estreito parece o tronco, e melhor a proporção em relação à cabeça. Um benefício adicional para as mulheres é a valorização do colo nesta pose. O mais radical é o ombro a 90°, uma pose típica das capas de revistas de moda e beleza, mas mesmo passando deste ângulo, com as costas do retratado começando a aparecer, ainda é possível uma postura sofisticada e interessante.

Foto 3 – Um cuidado, porém, deve ser tomado nesta pose de mais de 90°, já que rugas no pescoço são inevitáveis se o rosto do fotografado estiver com o rosto voltado para a câmera.

Foto 4 - Dois truques podem ser usados para minimizar o problema. O primeiro tem relação direta com o vestuário, já que blusas de gola alta, echarpes e xales costumam esconder o pescoço e, consequentemente, as rugas. O segundo serve ara mulheres com cabelos mais compridos, já que uma simples mecha pode ser desviada para cobrir as rugas mais visíveis de uma maneira muito natural.

Foto 5 – Outra dica sobre a postura lateral do tronco é a forma com que o abotoamento da roupa se apresenta, já que o ângulo mais harmonioso sempre é aquele em que as casas (que se sobrepõem aos botões) estão em primeiro plano, evitando os buracos no abotoamento e, consequentemente, formando uma linha mais limpa.

Foto 6 – E, para encerrar, além do ângulo, a posição relativa dos ombros também deve ser dirigida; geralmente o ombro mais próximo da câmera parece mais natural se estiver mais alto que o distante; porém, para uma postura de dinamismo principalmente com os homens, o ombro mais próximo bem baixo faz com que o queixo se erga, dando assim um ar de poder ao fotografado.

Fonte: Revista FHOX – Matéria de Clicio Barroso

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Livro: Glamour - Diana Vreeland e Christopher Hemphill (2011)


   
"O nome Diana Vreeland (1906-1989) é um dos ícones da moda mais influentes em todos os tempos. Tendo inspirado gerações com seus pontos de vista peculiares – Diana reconhecia a beleza de mulheres tidas como esquisitas, caso da cantora Barbra Streisand e da atriz Anjelica Huston –, a lendária editora-chefe da revista Vogue norte-americana lançou na década de 1980 Glamour, um livro que reúne imagens produzidas pelos melhores fotógrafos do mundo da moda, como Man Ray, Richard Avedon, Elliott Erwitt e sir Cecil Beaton. 

O título, um clássico, acaba de ganhar uma edição brasileira, pela editora Cosac Naify."

Nesta apurada reedição, a obra, inédita no Brasil, é apresentada por um prefácio do estilista Marc Jacobs. Reúne um precioso conjunto de fotos extraídas de revistas de moda, imagens captadas pelas lentes dos paparazzi, assim como retratos de ícones da literatura e das artes , entre outros, Maria Callas, Gertrude Stein, Eva Perón, Mick Jagger, Audrey Hepburn e o general Charles de Gaulle.

Há, também, fotos assinadas pelo inglês sir Cecil Beaton (1904-1980). Célebre por fazer retratos, Beaton, que também atuava nas artes plásticas e no design, consagrou-se pelos ângulos ousados para a época. Tanto que, a partir de 1937, tornou-se o fotógrafo oficial da família real inglesa. Trabalhou também como cenógrafo no cinema e no teatro e teve uma vida amorosa movimentada. Bissexual, namorou a atriz sueca Greta Garbo e o colecionador de arte britânico Peter Watson.
Diana Vreeland foi editora de moda da Harper's Bazaar por 26 anos e editora-chefe da Vogue entre 1963 e 1971. Seu ponto de vista surpreende até hoje pelo frescor incomparável e abertura para o futuro.

Fonte: Revista Bravo! - Edição 171 - Texto de Camila Gaio

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Modelo de Certificado de Autoria de Obra de Arte

Certificado da obra de Neusa Ferreira
Quantas vezes compramos ou vendemos ou presenteamos amigos com nossos trabalhos autorais e não temos nem a mais vaga ideia de que uma obra de arte deve sempre seguir acompanhada de um certificado atestando a autoria da obra.

Recentemente adquiri uma gravura da artista Neusa Ferreira e fiquei impressionada com o capricho com o qual seus trabalhos foram impressos e embalados, todos acompanhados do certificado, que segue abaixo como modelo.

Como o trabalho de Neusa é originalmente uma pintura feita em técnica mista, e como ela fotografou e produziu 100 reproduções A4 e 100 reproduções A5, isso foi mencionado no texto pois implica em cálculo de valor do trabalho. Ou seja, quanto mais se reproduz, menos a cópia vale e vice-verso.

A minha reprodução está numerada (2/100), possui o título do trabalho e a assinatura da autora. Tudo isso feito à mão, após a impressão das gravuras. 

CERTIFICADO DE AUTORIA DE OBRA DE ARTE
Nome do artista - profissão - telefones de contato - e-mail

Declaro ser de minha autoria a obra xxxx da série xxxx, acima reproduzida e abaixo descrita.

Foto do trabalho

(x) Técnica mista sobre papel (original) 29 x 40,6cm
(x) Gravura digital A4 (21 x 29,7cm) com tiragem de 100 exemplares
(x) Gravura digital A5 (14,8 x 21cm) com tiragem de 100 exemplares

Texto sobre o trabalho
Curriculum resumido

Assinatura
Nome do artista
RG
CPF

domingo, 18 de dezembro de 2011

Como surgiu o retrato

Carte de Visite de Abraham Lincoln (c) Alexander Gardner 1865
 Saiu na Revista Fhox, autoria Clicio Barroso:

"A partir do momento em que, em meados do século 19, os avanços na estrutura química dos suportes fotográficos permitem tempos de exposição mais curtos, pessoas importantes ou anônimas começaram a ser fotografadas, por vaidade ou curiosidade, possibilitando uma ilusória imortalidade do fotografado.

Quando chega a virada do século, a fotografia de retratos torna-se uma verdadeira febre, sendo que Paris e Londres foram tomadas por estúdios de retratistas, onde todos, nobres ou plebeus, queriam ser imortalizados, e as cartes de visite (pequenos cartões de visita com a fotografia do portador) fizeram de alguns fotógrafos da época verdadeiros milionários.

Com este início de sucesso, o retrato passa a ser considerado uma das categorias nobres da fotografia, e uma forma comercialmente importante para tornar viável o mercado da fotografia profissional; ganha-se dinheiro suficiente para tocar o negócio, a vida familiar e permitir que o fotógrafo se dedique exclusivamente a seu estúdio, não como uma atividade secundária, mas sim única.

Esta tradição européia do retrato é trazida ao Brasil pelos imigrantes do começo do século 20, e logo surgem os estúdios dedicados a ele, principalmente no sul e no Rio de Janeiro.

Com o passar das décadas, a fotografia foi se popularizando, ficando mais acessível a todos e, no final do século 20, a imagem, estimulada pela mídia, passa a ter importância crescente na vida das pessoas, e o estúdio de retratos volta a ser bastante procurado."

Livro: "História da Arte do Século XX - Ideias e Movimentos" - Lucio Agra (2004)


Você sabe o que William Shakespeare, Aristóteles, Rosseau, Picasso, Boudelaire e Monet têm em comum? São influências fundamentais para a formação política, social e artística mundiais. E neste completo manual de arte do século XX você descobrirá de que formas estes importantíssimos nomes se relacionam e contribuem com o desenvolvimento do pensamento artístico intelectual do mundo.

O autor deste título, primeiramente, contextualiza seu leitor e relaciona representações artísticas dos séculos XVIII e XIX a sucessões de fatos históricos mundiais, como as Revoluções Francesa e Industrial. Sua explanação é concisa, porém, de conteúdo suficiente para instigar a vontade de todos de mergulhar na profunda e repleta História da Arte.

Discorre livremente sobre a Arte Moderna mundial fazendo grande menção às Vanguardas Européias e seus respectivos representantes. Monet e Picasso são dois dos muitos nomes destacados por Lucio Agra ao descrever o Impressionismo, Expressionismo, Cubismo, Futurismo, Dadaísmo e Surrealismo. Separa um capítulo especial para as Vanguardas Russas e, ainda, perpassa sobre os conceitos “moderno”, “pós-moderno” e “contemporâneo”.

Portanto, "História da Arte do Século XX: idéias e movimentos" relata qual a idéia da Arte Moderna e Contemporânea, e o movimento da história do mundo influenciado por ela.

Lucio Agra é Doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP e professor da área de Performance na Graduação em Comunicação das artes do Corpo da PUC-SP e do Centro Universitário Senac-SP.

Editôra Anhembi-Morumbi
Coleção Moda e Comunicação

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Livro: "Simulacros e Simulação" - Jean Baudrillard (1981)

"Simulacros e Simulação", escrito em 1981, mantém-se como um dos mais inovadores livros de Jean Baudrillard, sociólogo e filósofo francês de reputação internacional. Nesta obra, Baudrillard proclamou que a imagem passa por quatro fases, nas quais ela sucessivamente: reflete uma realidade básica, mascara e perverte uma realidade básica, mascara a ausência de uma realidade básica e, por fim, não mantém qualquer relação com qualquer realidade: é o seu próprio simulacro.

Ou seja, a realidade deixou de existir, e passamos a viver a representação da realidade, difundida, na sociedade pós-moderna, pela mídia. Radicalmente irônico, mas com fundamentos, Baudrillard defende a teoria de que vivemos em uma era cujos símbolos têm mais peso e mais força do que a própria realidade. Desse fenômeno surgem os "simulacros", simulações malfeitas do real que, contraditoriamente, são mais atraentes ao espectador do que o próprio objeto reproduzido.

Segundo Holgonsi Soares Gonçalves Siqueira, na matéria “JEAN BAUDRILLARD: importância e contribuições pós-modernas” publicada no Caderno MIX - Idéias - Jornal Diário de Santa Maria - Edição de 31/03 - 01/04/2007: "Nos debates sobre a pós-modernidade, Baudrillard passou a ser reconhecido como o teórico do regime do “simulacro” através de sua obra intitulada “Simulacros e Simulação”, livro que se tornou famoso também fora do ambiente acadêmico quando foi exibido no filme "Matrix", pois é dentro de uma edição deste livro que “Neo” guarda seus programas. Colaborou ainda o fato do ator Keanu Reeves dizer em suas entrevistas sobre o filme, que havia lido “Simulacros e Simulação”. Foi o que bastou para que o nome de Baudrillard com sua teoria sobre o simulacro fosse rapidamente associado ao filme. Ele não gostou desta associação, e na época ainda comentou que tanto os responsáveis pelo filme, como Reeves, “se leram meu livro, não entenderam nada”.

A interpretação distorcida do pensamento de Baudrillard feita em “Matrix”, é bastante comum entre os leitores universitários bem como entre muitos admiradores de seus trabalhos. Na entrevista sobre este filme, Baudrillard foi objetivo: "existem filmes melhores que este sobre o mesmo tema. "Truman Show", por exemplo, é mais sutil. Não deixa o real de um lado e o virtual de outro, como "Matrix". Esse é o problema." Essa é a confusão.

O difícil conceito de simulacro tendo por base o “quarto estágio (o terminal) do signo”, nunca esteve relacionado com uma oposição entre simulação e realidade, entre o real e o signo, em outras palavras, nunca quis dizer irrealidade. Os simulacros são experiências, formas, códigos, digitalidades e objetos sem referência que se apresentam mais reais do que a própria realidade, ou seja, são “hiper-reais”. Como ele escreveu: “A simulação já não é a simulação de um território, de um ser referencial, de uma substância. É a geração pelos modelos de um real sem origem nem realidade: hiper-real”. Assim, Baudrillard entendia nossa condição como a de uma ordem social na qual os simulacros e os sinais estão, de forma crescente, constituindo o mundo contemporâneo, de tal forma que qualquer distinção entre “real” e “irreal” torna-se impossível."

Editôra Livros do Brasil

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Livro: "Ética" - Coletânea (1992)


Como pensar a ética a partir das contradições de um mundo que, no mesmo espaço e ao mesmo tempo, produz uma ciência e intelectuais dedicados a pesquisar princípios de vida e armas de morte; progressos nas comunicações e mecanismos sutis e aberrantes de censura? Eis as questões: falso bem, falsa justiça, falsa liberdade, falsa virtude, que, ao criarem o homem da concórdia, da submissão e da boa-fé, o tornam duas vezes escravo: da superstição e das convenções.
O livro é composto por vários artigos, organizados por Adauto Novaes. São eles:
Cenários - Adauto Novaes
A tragédia grega e o humano - Nicole Loraux
Humanidade e justiça na historiografia grega, V-I a. C. - Catherine Darbo-Peschanski
As delícias do jardim - José Américo Motta Pessanha
A culpa dos reis: mando e transgressão no Ricardo II - Antonio Candido
O retorno do bom governo - Renato Janine Ribeiro
As fronteiras da ética: Maquiavel - Newton Bignotto
Política do céu (anti-Maquiavel) - Antonio Alcir Bernárdez Pécora
Dilemas da moral iluminista - Sergio Paulo Rouanet
Uma reinvenção da ética socialista - Nelson Levy
Estado e Terror - Paulo Sérgio Pinheiro
O eterno retorno do mesmo: tese cosmológica ou imperativo ético? - Scarlett Marton
A mentira: um capítulo das relações entre a ética e a política - Celso Lafer
Moralidade pública e moralidade privada - José Arthur Gianotti
O sujeito e a norma - Gerd Bornheim
A mulher e a lei - Maria Rita Kehl
Impasses da ética naturalista: Gide e o homoerotismo - Jurandir Freire Costa
Bom dia, senhor Coubert! - Jorge Coli
Ver o invisível: a ética das imagens - Nelson Brissac Peixoto
Ilusões perdidas - José Miguel Wisnik
Público, privado, despotismo - Marilena Chauí

Destaque para o artigo "Ver o invisível: a ética das imagens" de Nelson Brissac Peixoto, que segue, resumido abaixo:

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Fotógrafo captura rastro de Estação Espacial e Júpiter

Leicestershire - Grã-Bretanha (c) Mark Humpage / Caters
Saiu no site G1:

"Da BBC
O fotógrafo britânico Mark Humpage produziu uma foto noturna de longa exposição em que conseguiu capturar as trilhas de luz deixadas pela Estação Espacial Internacional, o planeta Júpiter e estrelas do céu.
 
Humpage, famoso por suas imagens do céu e de paisagens, aproveitou o clima ameno da Grã-Bretanha para esta época do ano, e acampou durante a noite do último domingo no pátio da igreja de Misterton, em Leicestershire.

"Eu tinha planejado (a foto) neste local há algum tempo e só estava esperando pelas condições ideais - sem nuvens, sem Lua e céu limpo", afirmou o fotógrafo.

"A igreja de Misterton com seu cemitério assustador e esta árvore formam um ótimo primeiro plano", escreveu o fotógrafo em seu website.

"Se você olhar atentamente entre a ponta da torre da igreja e a árvore, você vai ver a Estação Espacial Internacional (EEI) cruzando os arcos dos rastros deixados pelas estrelas", disse Humpage.

Júpiter, por sua vez, deixa o rastro mais brilhante, cruzando atrás da torre da igreja e se dirigindo para o horizonte.

O fotógrafo usou um cabo remoto em sua câmera para fotografar de forma contínua o céu noturno durante um período de 11 horas.

Neste intervalo, Humpage fez 2.700 imagens com uma lente grande angular, que ele usou para formar esta imagem."

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Os 7 Mandamentos da Arte da Revista Bravo!

Saiu na Revista Bravo! edição nº 170, aproveitando o acontecimento da exposição "Em Nome dos Artistas" no prédio da Bienal em São Paulo, uma lista com aquilo que denominaram "Os 7 Mandamentos da Arte". Essa lista poderá te ajudar a pensar melhor a arte e a fotografia contemporâneas.

No texto inicial a autora Gisele Kato diz: "A arte contemporânea não é uma linguagem acessível às massas. Ela se escora em uma série de teorias e procedimentos tão complexos quanto o teatro experimental, o cinema alternativo e a música contemporânea. Só que, diferentemente do teatro experimental, do cinema alternativo ou da música contemporânea – que sobrevivem em ambientes restritos ou financiados por universidades –, ela gerou um circuito milionário. Entender essa relação estreita e amigável entre arte e mercado é essencial para compreender a produção atual."

E segue relacionando os 7 mandamentos:

1 - AMARÁS O MERCADO SOBRE TODAS AS COISAS
A autora diz que foi-se o tempo em que uma resenha negativa de um crítico demolia uma reputação ou traumatizava um artista a ponto de ele buscar outros caminhos (como ocorreu com a brasileira Anita Malfatti depois de sua obra receber reparos veementes do escritor Monteiro Lobato). Koons, um artista que nem todo mundo gosta, é frequentemente apontado como o maior escultor das últimas décadas. Sua peça Hanging Heart foi vendida por 23,5 milhões de dólares tornando-o o artista mais valorizado do mundo. Em 2008 Baloon Flower foi vendida por 25,7 milhões de dólares. Dois meses depois, as peças de Koons invadiam o palácio de Versalhes, na França.
Em outras áreas da cultura, o sucesso financeiro não é sempre sinônimo de qualidade. Na arte contemporânea, o mercado é uma poderosa fonte de validação artística de um trabalho. No Brasil, o dinheiro que circula no mundo da arte é baixo se comparado ao resto do mundo. Porém, em julho deste ano, foi lançado o primeiro fundo de investimentos especializado em arte no Brasil, o Brazil Golden Art. Ou seja, tem gente aqui que, em vez de aplicar hoje em empresas consolidadas na bolsa de valores, aposta pesado em... arte.
Se o preço de uma obra é uma instância para validá-la artisticamente, saber manipular os preços é um atributo desejável para um artista? Para o inglês Damien Hirst, com certeza. Em setembro de 2008 ele colocou à venda um conjunto de 223 trabalhos recém-saídos do ateliê, que intitulou Beautiful Inside My Head Forever e vendeu 97% das obras para investidores particulares. Dois anos depois o valor das peças vendidas despencou para um montante equivalente a 10% desse total. Embora esse preço venha se recuperando gradativamente, é óbvio que Damien Hirst criou uma bolha com a própria produção, usando um procedimento clássico do mercado de ações: vender o máximo possível na alta – e provocar uma baixa logo depois por causa da inundação do mercado com um mesmo tipo de produto. É como se Hirst dissesse que, num ambiente cada vez mais dominado pelo mercado, entender seu funcionamento é essencial para um artista. É como se sua bolha fosse, por si só, uma performance.

2 - NÃO PRECISARÁS DOMINAR A TÉCNICA
Depois que o francês Marcel Duchamp (1887-1968) expôs um urinol como obra de arte, em 1917 (a obra se chamava Fountain, “fonte”, em inglês), a concepção de que um artista precisa saber pintar, esculpir ou fotografar ficou definitivamente para trás. Muitas das imagens assinadas pela norte-americana Cindy Sherman, por exemplo, não foram tiradas por ela. Isso ocorre, na cultuada série Untitled Film Still (algo como Instantâneos de um Filme sem Título), feita no fim dos anos 70. Em vários dos cliques, a artista, que se consagrou por encarnar diferentes personagens na frente da própria câmera, bateu ela própria as fotos usando um disparador com extensão. Em muitas outras, no entanto, apenas se colocou na posição de modelo e pediu para seu companheiro na época, o também artista norte-americano Robert Longo, apertar o clique. Em outras ocasiões, os autores dos disparos eram amigos. Cindy, no entanto, assina todas as fotos. Afinal, a ideia é dela. Desde Duchamp, o que faz de alguém um artista são suas ideias, e não suas habilidades manuais.
Por causa disso, o modelo da renascença, adotado nos séculos 15 e 16 pelos mestres italianos Leonardo da Vinci (1452-1519), Rafael (1483-1520) e Michelangelo (1475-1564) e depois incorporado em larga medida na Factory do norte-americano Andy Warhol (1928-1987), nos anos 60, é agora retomado pelos artistas com força total. A maioria deles trabalha com muitos assistentes. Se o que importa mesmo é a ideia, e não mais a habilidade manual, por que não dividir esse trabalho com outros? É mais ou menos assim que os ateliês e estúdios profissionais funcionam hoje. Até porque as obras atingiram níveis de tamanha sofisticação que um artista raramente consegue sozinho viabilizar uma delas.

3 - APRENDERÁS A FALAR SOBRE SEU TRABALHO
Num mundo em que a ideia é tão ou mais importante do que a execução, dominar a palavra é tudo. Tanto que os artistas aprendem isso desde a faculdade. No departamento de artes plásticas da USP, os alunos são incentivados justamente a falar sobre o próprio trabalho. A jornalista canadense Sarah Thornton, que lançou no Brasil no ano passado o livro Sete Dias no Mundo da Arte, dedicou um capítulo da publicação para tratar desse assunto.  “Ter um discurso ajuda muito. Um artista que se comunica bem é mais bem compreendido por curadores, pelos galeristas e pelo público. Por outro lado, acho que isso só não basta. O discurso não sustenta por si só um trabalho”, diz o curador Moacir dos Anjos.

4 - PERTENCERÁS A UMA GALERIA
É um movimento quase simultâneo. Os artistas recebem o canudo das faculdades de artes e imediatamente passam a integrar o elenco de alguma galeria. Muitos deles assinam contratos com endereços comerciais antes mesmo da formatura. E a quantidade de galerias dispostas hoje a absorver esses novos nomes revela bastante sobre o circuito. Indica o quanto o setor está aquecido. E prova também como o sistema se profissionalizou. A carreira de artista tem atualmente etapas tão bem definidas, e encontra-se tão escorada por marchands, colecionadores, leilões e exposições, que até perdeu um pouco do caráter aventureiro e um tanto arriscado que sempre a acompanhou. “Acho isso muito positivo. É difícil para um artista vender também sua obra, estabelecer preços. Os galeristas ajudam no planejamento da carreira e apresentam os artistas a círculos de amizades importantes”, diz Fernanda Feitosa, diretora da SP Arte, a feira internacional de arte contemporânea que acontece há sete anos em São Paulo. “Na verdade, o mercado de arte sempre funcionou um pouco assim. Antes eram os mecenas, os marchands. Picasso tinha o seu.” Ela se refere ao mítico Ambroise Vollard. O pintor espanhol (1881-1973) fez inclusive um retrato de Vollard, com traços típicos do cubismo, entre 1909 e 1910.

5 - PARTICIPARÁS DE FEIRAS DE ARTE
Por baixo são organizadas hoje cerca de 30 feiras internacionais de arte contemporânea no mundo. Mais de duas por mês. E estão tão bem estruturadas, contando com o envolvimento das principais galerias e consequentemente dos grandes artistas da atualidade, que a colecionadores, curadores e críticos não resta outra opção senão a de visitar o maior número possível delas.
Se vão colecionadores, curadores e críticos, é importante que os artistas apareçam também. “Acho que o mercado brasileiro deu uma amadurecida nos últimos cinco anos em grande parte por causa da SP Arte (...) é muito diferente um futuro colecionador entrar em uma galeria vazia para comprar algo e agora poder encontrar outros como ele em uma feira”, diz Rodrigo Andrade, que começou a carreira na década de 1980. “Nesse sentido, o evento ajuda tanto a dar segurança a um investidor, que vê várias pessoas fazendo lá o mesmo que ele, como estimula o desejo do público que gosta de arte a pertencer a uma classe. Uma tribo se reúne naqueles dias”, diz ele. Rodrigo, Paulo Pasta e Caio Reisewitz costumam circular pelos corredores durante a feira e aproveita assim para conversar com admiradores de seu trabalho. São muitas vezes os próprios artistas que respondem a dúvidas sobre o processo de fabricação de uma peça ao público, contribuindo para desmitificar um segmento que ainda bota medo em muita gente.

6 - CONHECERÁS CURADORES
Dentro da estrutura do circuito hoje, pode-se dizer que a crítica teve seu papel diminuído. No lugar dos textos publicados em jornais e revistas, o pensamento mais analítico migrou para a organização das mostras coletivas. Os curadores são os novos críticos. São eles que selecionam artistas e suas obras para exposições que pretendem oferecer um panorama da produção atual e, dessa forma, atribuem leituras para esses conjuntos. Os curadores apresentam temas, sugerem relações entre criadores e apontam também revelações da área. Inclusive para galeristas e colecionadores. “Hoje até as feiras de arte têm curadores. O que antes era Igreja e Estado agora se mistura. Bienais e feiras têm muitas vezes conceitos tão próximos que ficam muito parecidas”, diz Cauê Alves, à frente do 32º Panorama da Arte Brasileira no MASP.
Para um artista, tornar-se conhecido por curadores influentes significa não só a chance de integrar coletivas importantes e de visibilidade no meio como também a possibilidade de entrar de vez para o acervo de um museu de renome como o MoMA de Nova York, a Tate, em Londres e o Centro Georges Pompidou, em Paris.

7 - VIVERÁS COMO UMA CELEBRIDADE
Em Londres, Damien Hirst é tão conhecido quanto uma estrela do rock. Dono de um restaurante descolado no bairro de Notting Hill, o Pharmacy, inteiramente concebido e decorado com peças suas, Hirst comporta-se em público de um jeito nada discreto. Cada lance do leilão histórico de setembro de 2008 foi exibido no YouTube. Ele gosta de superlativos. O colega Jeff Koons não fica atrás. No livro As Vidas dos Artistas, o crítico Calvin Tomkins relembra como o artista foi recebido na Bienal de Veneza de 1990, em que exibiu as primeiras telas da série Made in Heaven, com imagens inspiradas em fotos eróticas dele mesmo e da estrela italiana de filme pornô Cicciolina, sua namorada na época: “Legiões de paparazzi seguiam os dois pelas ruas, pedindo poses e autógrafos”. No blog Vernissage.tv é possível acompanhar em vídeo as aberturas das principais exposições de arte do mundo. Ou seja, os artistas deixaram de ser figuras por trás de suas obras e estão cada vez mais à frente delas. O público quer saber como se vestem, com quem circulam, o que bebem, como bebem.

O texto se encontra na íntegra em:
http://bravonline.abril.com.br/materia/os-7-mandamentos-da-arte#image=170-av-capa-3

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Cindy Sherman e seus autoretratos


Autoretrato vendido por US$ 3,89 milhões (c) Cindy Sherman
Cindy Sherman é uma fotógrafa e diretora de cinema norte-americana, que atualmente reside e trabalha em Nova Iorque. Sua trajetória começou através de seu interesse pelas artes visuais no Buffalo State College, onde ela começou a pintar. Frustrada com as suas limitações, ela abandonou os pincéis e voltou-se para a fotografia. "Não havia mais nada a dizer sobre a pintura", ela relembrou mais tarde. "Eu estava meticulosamente copiando a arte de outros e então eu me dei conta que eu poderia somente usar uma câmera e colocar em prática uma ideia instantânea." Ela passou o resto dos seus anos de faculdade focada na fotografia.

Seu trabalho tomou um rumo bem definido. Ela faz da arte um palco para interpretar seus infindáveis personagens. São donas de casa, secretárias, viajantes, mulheres fatais, divas, jovens indefesas, vilãs. A artista realiza retratos que encena, multifacetando-se em papéis, configurando identidades móveis, sem exibir um “eu” identificável. Na suas séries mais recentes, a artista passa a não mais comparecer nos cenários que constrói e um manequim ocupa seu lugar. Pode-se pensar que a artista empresta a memória e a história de seu corpo às figuras de plástico que se confundem com ela própria.

No dia 18 de maio de 2011, um autoretrato da fotógrafa, de 1981, foi vendido em um leilão pelo valor de US$ 3,89 milhões. A venda superou todas as expectativas e entrou para o mundo dos recordes pelo preço mais alto já pago por uma fotografia.

Nome importante na fotografia contemporânea, seus trabalhos estão atualmente expostos na mostra "Em Nome dos Artistas - Arte Norte-Americana Contemporânea na Coleção Astrup Fearnley", no prédio da Bienal, no Parque do Ibirapuera. Esta exposição mostra uma visão selecionada e fragmentada da arte contemporânea norte-americana dos últimos 30 anos. Os trabalhos de Cindy Sherman estão no 3º andar do prédio, dividindo espaço com outros artistas célebres norte-americanos que conquistaram seu lugar no mundo da arte nos anos 1980, tais como Jeff Koons, Felix Gonzalez-Torres e Richard Prince; e nos anos 1990, como Matthew Barney, Doug Aitken e Tom Sachs.

"Em Nome dos Artistas"
Bienal do Pq. Ibirapuera - São Paulo
Até dia 04/DEZ/11

Video conta a história da fotografia

Um video com duração de 9m24s permite aprender um pouco mais sobre a invenção e o desenvolvimento da fotografia. Em português.
Produção: Target Film
Link: http://youtu.be/Oj2gU13A3qc

sábado, 12 de novembro de 2011

A maior câmera fotográfica do mundo

Câmera Mamute (c) Desconhecido
"No início do séc. XX, época áurea dos caminhos-de-ferro, a fotografia dá os primeiros passos. De uma ligação improvável, sob o mote “A maior fotografia no mundo, do mais belo comboio no mundo”, eis que nasce a Câmera Mamute, com o intuito singular de fotografar em grande plano o comboio estrela da Chigago & Alton Railway: The Alton Limited. O seu autor, George Raymond Lawrence, (1868-1938) é, provavelmente, um nome pouco familiar para a maioria das pessoas, mas decerto muito importante na história da fotografia.
Nascido nos Estados Unidos, em Ottawa, Illinois, mudou-se para Chicago para aí encontrar a fotografia. Dentre as suas muitas conquistas estão o aperfeiçoamento do uso do flash, a invenção de balões e papagaios para fotografia aérea e grandes avanços na fotografia panorâmica, culminando na criação da maior câmera do mundo: The Mammoth Camera, ou Câmera Mamute.
George Raymond Lawrence (1868-1938)
Por volta de 1900, a estrada de ferro americana desenvolvia-se a um ritmo acelerado. Nesta ocasião, a companhia ferroviária Chicago & Alton Railway incumbiu Lawrence de fazer as maiores fotografias do novo e luxuoso comboio de passageiros: The Alton Limited.

Construída pelo renomado J. A. Anderson, a Mammoth Camera fez jus ao seu nome em vários aspectos, custando cerca de $5,000 (o suficiente para comprar uma casa substancial no início do séc.XX), pesando uns impressionantes 640 kg, media mais de 4m de comprimento, usava negativos de 1.35m x 2.40m, era transportada num vagão especial e eram necessários 15 homens para mover e operar o equipamento. A câmera era grande o suficiente para que a sua limpeza pudesse ser feita por um funcionário no interior da mesma. Como foi construída apenas uma placa de negativo, o inventivo fotógrafo teve apenas uma única oportunidade para fotografar, mas foi bem sucedido.

A revelação da cópia medindo 1.35m x 2.40m necessitava, além de papel feito sob medida, 45 litros de soluções químicas. Três imensas cópias foram expostas com grande êxito na Exposição Universal de Paris de 1900, onde, por aquela única fotografia, Lawrence recebeu o Grande Prêmio Mundial para a Excelência Fotográfica. Um dado curioso é que, nessa mesma exposição que coroou o trabalho do fotógrafo, os juízes chegaram as pensar que a fotografia seria falsa, uma vez que lhes era inconcebível uma câmera de tais dimensões capaz de produzir tal fotografia. Tudo foi esclarecido quando o próprio cônsul francês em Nova Iorque se deslocou a Chicago e verificou a existência e funcionalidade da colossal máquina. Indo ao encontro do objetivo inicial, a fotografia foi também reproduzida nos folhetos publicitários da companhia ferroviária, que anunciavam: “The largest photograph in the world of the handsomest train in the world.” (A maior fotografia do mundo do mais belo comboio do mundo.)."


domingo, 6 de novembro de 2011

Livro: "Aspiro ao Grande Labirinto" - Hélio Oiticica (1986)

Trata-se de uma coletânea de textos de autoria de Helio Oiticica, selecionados por Luciano Figueiredo, Lygia Pape e Wally Salomão.

Segundo o site do Itaú Cultural "Hélio Oiticica (Rio de Janeiro RJ 1937 - idem 1980). Artista performático, pintor e escultor. Inicia, com o irmão César Oiticica, estudos de pintura e desenho com Ivan Serpa no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ, em 1954. Nesse ano, escreve seu primeiro texto sobre artes plásticas; a partir daí o registro escrito de reflexões sobre arte e sua produção torna-se um hábito. Participa do Grupo Frente em 1955 e 1956 e, em 1959, passa a integrar o Grupo Neoconcreto. Abandona os trabalhos bidimensionais e cria relevos espaciais, bólides, capas, estandartes, tendas e penetráveis. Em 1964, começa a fazer as chamadas Manifestações Ambientais. Na abertura da mostra Opinião 65, no MAM/RJ, protesta quando seus amigos integrantes da escola de samba Mangueira são impedidos de entrar, e é expulso do museu. Realiza, então, uma manifestação coletiva em frente ao museu, na qual os Parangolés são vestidos pelos amigos sambistas. Participa das mostras Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira, apresentando, nesta última, a manifestação ambiental Tropicália. Em 1968, realiza no Aterro do Flamengo a manifestação coletiva Apocalipopótese, da qual fazem parte seus Parangolés e os Ovos, de Lygia Pape. Em 1969, realiza na Whitechapel Gallery, em Londres, o que chama de Whitechapel Experience, apresentando o projeto Éden. Vive em Nova York na maior parte da década de 1970, período no qual é bolsista da Fundação Guggenheim e participa da mostra Information, no Museum of Modern Art - MoMA. Retorna ao Brasil em 1978. Após seu falecimento, é criado, em 1981, no Rio de Janeiro o Projeto Hélio Oiticica, destinado a preservar, analisar e divulgar sua obra, dirigido por Lygia Pape, Luciano Figueiredo e Waly Salomão. Entre 1992 e 1997, o Projeto HO realiza grande mostra retrospectiva, que é apresentada nas cidades de Roterdã, Paris, Barcelona, Lisboa, Mineápolis e Rio de Janeiro. Em 1996, a Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro funda o Centro de Artes Hélio Oiticica, para abrigar todo o acervo do artista e colocá-lo à disposição do público. Em 2009 um incêndio na residência de César Oiticica, destrói parte do acervo de Hélio Oiticica."

Editôra Rocco
Introdução: Luciano Figueiredo e Mário Pedrosa
Compilação: Luciano Figueiredo, Lygia Pape e Wally Salomão

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Dicas de como fotografar surfe

(c) Sebastian Rojas
Relendo a Revista Fotografe Melhor nº 169, encontrei uma matéria muito interessante sobre como fotografar surfe, com dicas do fotógrafo Sebastian Rojas.

Sebá, como é conhecido entre os surfistas, é um dos fotógrafos de surfe mais renomados do Brasil. Ele já fez mais de 100 capas para a revista Fluir e colabora com publicações internacionais. Sempre em busca de ondas perfeitas, o fotógrafo - assim como os surfistas - também viaja para os principais locais de surfe do mundo, como Havaí e Indonésia, por exemplo.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Aprenda a calcular orçamentos de serviços fotográficos

Saiu no blog Fotocolagem:

"O orçamento nunca deve ser passado na hora, a não ser que tenha certeza do trabalho que realizará ou se o fechamento do mesmo dependa disso por questões de prazo, mas não se deixe intimidar pelo cliente.

Na maioria das vezes, o cliente estará pesquisando o melhor preço e você pode correr o risco de dar um orçamento errado na tentativa de fechar o negócio. Peça pelo menos um dia para calcular os custos do trabalho e só depois envie o orçamento por e-mail ou portador.

Faça seu próprio site no Cargo

Ter um site e publicar seu portfólio on-line ficou cada vez mais fácil. 
Acabei de ver o site de um aluno onde ele publicou seus trabalhos na área de eventos.
O resultado é um site clean, fácil de navegar e agradável de olhar.
Então fica aqui registrada mais uma dica de sites que oferecem templates semi-prontos para uso: Cargo Collective.
http://cargocollective.com/

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Você conhece a câmera-bola-panorâmica?


A câmera foi desenvolvida como um projeto de tese em Berlin, pelos estudantes de Computação Gráfica: Jonas Pfeil, Hildebrand Kristian, Gremzow Carsten, Bickel Bernd, e Alexa Marc.

Trata-se de uma bola com 32 câmeras de 2MP retiradas de celulares. Ao jogar a bola para cima, um sistema eletrônico detecta o nível mais alto e aciona o disparador de todas ao mesmo tempo.

A dica é da aluna Jade Rocha Cardoso.

Lytro’s Light Field Camera - Conheça essa novidade


Tirar uma fotografia com o foco no lugar certo nem sempre é fácil para os fotógrafos iniciantes e a câmera da Lytro veio para resolver essa questão.

Segundo o fabricante, essa câmera faz a fotografia munida de uma série de microlentes que focam a imagem em toda sua extensão. São 11 milhões de raios de luz sendo capturados ao mesmo tempo. A imagem gerada é uma espécie de arquivo-vivo, como um arquivo RAW, que poderá ser manipulado em computador, decidindo-se o ponto de focagem após a foto ser tirada.

A Lytro foi fundada em 2006. Lytro Ren Ng, seu fundador, disse que "trata-se de algo simplesmente mágico" no campo da fotografia.

A câmera é essencialmente formada por um retângulo com um monitor LCD touchscreen onde podem ser ajustadas as configurações da foto. Na frente há uma lente com abertura f/2 e 8xs de zoom. A câmera tem apenas 2 botões: um para ligar e desligar e outro para o disparo.Todo processamento é feito através de um software simples.

As imagens geradas não são medidas em megapixels, mas sim em megarays (megaraios). Ela está sendo lançada com 11 megarays, o que equivaleria a 22 megapixels. Como a foto é pesada, a Lytro está oferecendo um espaço livre, on-line, em seu servidor para o usuário fazer o armazenamento das imagens. Seu software de edição de imagem está sendo fornecido inicialmente numa versão para Mac. Em breve lançarão uma versão para Windows.

Dois modelos já estão disponíveis para reserva: um modelo de 8Gb na cor azul ou grafite por 400 dólares ou o modelo de 16Gb na cor vermelha. O modelo de 8Gb armazena 350 fotos e o modelo de 16Gb armazena 750 imagens.

As câmeras podem ser encomendadas no site da Lytro e estarão à venda a partir de 2012.

Fonte: http://www.wired.com/gadgetlab/2011/10/lytro-camera/

Site da Lytro: http://www.lytro.com/

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Artigo ajuda a entender melhor o que é fotografia contemporânea

Instalação fotográfica da norte-americana Penelope Umbrico

Artistas embaralham realidade e ficção e questionam autoria
Autoria: Silas Martí
Para o Caderno Ilustrada - Folha de São Paulo
Dia 13/10/11

"Na fotografia do século 21, não existe mais o instante decisivo. Está aposentada a noção clássica de autoria, e a realidade mergulha na ficção.

Expoentes dessa antifotografia misturam imagens alheias, manipulam registros documentais, resgatam arquivos esquecidos e defendem a destruição da foto.

Na série que mostra agora no MoMA, em Nova York, Doug Rickard registra a "ruína do sonho americano" pelas lentes do Google. Ele se apropria de imagens de cidades devastadas pela crise econômica como autores da Grande Depressão retrataram a miséria, num "híbrido de tradição e apropriação". "Queria uma nova forma de olhar para a América", diz Rickard. "Essa é uma dinâmica estranha, porque mesmo com imagens prontas tenho a liberdade de percorrer esses cenários com meu olhar."

Penelope Umbrico, fotógrafa que esteve no último Paraty em Foco, rouba imagens do Flickr em que casais se retratam diante do pôr do sol, mostrando que são quase iguais mesmo quando há uma intenção autoral. "Essa cultura de remixar imagens é hoje como respirar", diz Umbrico. "A responsabilidade de um artista é entender essa estrutura e saber operar e trabalhar com ela."

Noutro remix, o coletivo Cia de Foto refotografou e reenquadrou imagens de anônimos encontradas num arquivo do Bom Retiro e criou uma narrativa sobre o bairro. "Tem a fotografia independente do fotógrafo", diz Rafael Jacinto, da Cia de Foto. "O clique é minimizado, deixou de ser o ponto importante e o processo que vem depois é maior do que o instante em que a foto se baseia."

Resumindo, fotografia é ficção. Esse mesmo coletivo transformou imagens de um trio elétrico no Carnaval de Salvador em espécie de procissão fantasmagórica e fotografou São Paulo sob o impacto de uma guerra fictícia.

Reinventando a memória, Ivan Grilo garimpou arquivos de sua família e misturou casais em montagens fotográficas na instalação que expõe agora no Paço das Artes. "É muito mais sobre apagamento do que sobre imagem", diz Grilo. "Essas imagens estão na iminência do apagamento da memória."

Em linha semelhante, Pedro Victor Brandão cria espetáculos de destruição ao expor imagens de um arquivo à luz ultravioleta, que corrói o negativo, questionando a noção de permanência da foto.

E realidade também vira abstração em imagens de Tchernobil e do polo Norte.

Alice Miceli, que esteve na última Bienal de São Paulo, criou uma série de composições cinzentas ao expor negativos à radiação da cidade ucraniana onde aconteceu o grande desastre nuclear. "É fazer a radiação documentar isso", diz Miceli. "É uma memória traumática." São resquícios e farpas de uma tragédia que orientam as imagens de Miceli. Elas se tornam quase um aceno ao minimalismo, de pretos e brancos numa série neutra.

Na mesma estratégia metonímica, da parte pelo todo, Letícia Ramos viaja agora pelo polo Norte em busca de tons de azul e branco. Ela inventou uma câmera capaz de registrar só essas cores, como se resumisse um território a uma lembrança cromática. "Queria uma imagem pura, como se construísse um experimento no laboratório", diz Ramos. "Estou investigando uma região, e essa câmera surge como parte de uma poética exploratória"."

Para ler mais sobre Alice Micelli:

Fonte:

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Revista ZUM do Instituto Moreira Salles

Olha aí uma nova revista de fotografia surgindo. Trata-se da Revista ZUM, uma revista semestral que fala de fotografia contemporânea e é editada pelo Instituto Moreira Salles.

Veja o que saiu no blog do IMS:

"Chega às livrarias e às principais bancas do país ZUM, a nova revista de fotografia contemporânea do Instituto Moreira Salles. Para marcar o lançamento, que acontece no Rio de Janeiro (6 de outubro, quinta, às 20h, no IMS-RJ) e em São Paulo (8 de outubro, sábado, às 11h, no Teatro Eva Herz), o IMS traz ao Brasil Peter Galassi, curador-chefe do Departamento de Fotografia do Museu de Arte Moderna de Nova York entre 1991 e 2011. Também será apresentada uma entrevista com o fotógrafo Robert Frank – que tem imagens publicadas nesta primeira edição da ZUM –, gravada em vídeo por João Moreira Salles em 1989.

A semestral ZUM – sai em outubro e abril – pretende mostrar a amplitude do universo fotográfico, publicando ensaios inéditos ou pouco conhecidos de importantes fotógrafos brasileiros e estrangeiros, acompanhados de entrevistas, artigos e textos históricos. O objetivo da ZUM é divulgar a fotografia, estimular a reflexão crítica e fazer com que esse universo se relacione com outras áreas artísticas, como o cinema, a literatura e as artes plásticas.

Ao tratar de fotografia contemporânea, ZUM não poderia deixar de publicar em seu primeiro número trabalhos (dois deles inéditos) do canadense Jeff Wall, analisados um a um pelo especialista Craig Burnett. Com imagens de grandes dimensões, Jeff Wall ajudou a abrir as portas dos museus para a fotografia, possibilitando que essas obras pudessem dividir espaço com pinturas e esculturas.

A nova publicação do IMS também traz em sua primeira edição dez imagens do fotógrafo Robert Frank, que se afastou do mundo e da imagem perfeita depois de publicar The americans. As fotografias, feitas em polaroide, são comentadas pelo professor de história da fotografia em Nova York Luc Sante.

No maior ensaio fotográfico da revista, o crítico de cinema José Carlos Avellar conta como Jorge Bodanzky inclui o cinema em sua carreira de fotógrafo.

Quinze fotografias de Miguel Rio Branco, quase todas inéditas, estão na primeira edição da ZUM. Para o crítico de arte Rodrigo Naves, em texto que sucede as imagens, nessas fotos “os objetos mantém uma relação generosa com o espaço. (…) Uma planta marítima levada pelas ondas, algumas conchas, restos de uma fogueira, tudo fala com lirismo de uma realidade amena, com a qual é possível conviver de modo suave.”

O número inaugural da nova revista do IMS traz também fotografias do japonês Kohei Yoshiyuki. Entre 1971 e 1979, o fotógrafo frequentou três parques de Tóquio (Shinjuku, Yoyogi e Ayoama) durante a noite. Trabalhou no escuro, sem ser identificado, com um filme especial e flash infravermelho. Yoshiyuki flagrou cenas de casais praticando sexo e, na maioria das vezes, sendo observados. O escritor Bernardo Carvalho analisa as imagens e fala sobre o voyeurismo.

A praia de Ramos, no Rio de Janeiro, foi fotografada por Julio Bittencourt sem retoques. “Aqui só vêm os nativos e todos falam a mesma língua, os mesmos sinais de que, preto ou branco, gordo ou magro, o importante não é sair bem na foto, mas sentir o sol na pele, beber uns gorós, tentar a sorte com alguém e chutar o tempo para longe”, escreve o jornalista Joaquim Ferreira dos Santos.

ZUM publica ainda uma entrevista feita pelo alemão Ulf Erdmann Ziegler com Bernd e Hilla Becher, concedida em 2000. O casal que influenciou a fotografia contemporânea fala do projeto que os ocupou por 50 anos: fotografar e classificar as estruturas industriais que seguem desaparecendo da paisagem moderna.

E Fábio D’Almeida conta como os estudos sobre fotografia e movimento do americano Eadweard Muybridge em 1872 foram parar na pintura histórica de Pedro Américo.

Editada por Thyago Nogueira e com direção de arte de Elisa von Randow, ZUM tem uma seção fixa, Retícula, onde são publicadas resenhas de publicações sobre fotografia."

Link para o blog do IMS:
http://blogdoims.uol.com.br/ims/lancamento-da-revista-zum/

Para comprar a edição nº 1:
180 págs. / R$ 38 / Clique aqui para comprar a revista ZUM # 1

Como fazer um orçamento fotográfico

Saiu no site "Fotografe uma Ideia!":

Muito embora o orçamento fotográfico não tenha a mesma validade jurídica do contrato estabelecido entre as partes, este também é de suma importância em uma negociação, uma vez que o orçamento possui caráter vinculativo, conforme previsto no Código de Defesa do Consumidor (art. 40, § 2º): “Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e somente pode ser alterado mediante livre negociação das partes”. Ou seja, aquilo que for pactuado no orçamento, deverá ser cumprido (o mesmo princípio vale para a legislação portuguesa). Portanto, o cuidado empregado ao se confeccionar um orçamento deve ser o mesmo daquele ao se realizar o trabalho propriamente dito.

Além deste aspecto legal, o orçamento é o primeiro contato negocial com o cliente. Este já viu o seu portfólio impresso ou digital e agora quer saber como você vende o seu trabalho. Muitos fotógrafos, desde os iniciantes aos mais experientes, negligenciam esta importante etapa, por achar que o principal instrumento de venda está nas próprias fotografias e que o orçamento na verdade é somente uma etapa. E isso não é verdade!
 
Um orçamento bem confeccionado impressiona tanto quanto a apresentação do portfólio para o cliente, e além de ter o papel de negociação o orçamento ainda possui o caráter de estipular ao cliente a maneira que você trabalha e como o faz.

Por isso, muito além de conter os valores de determinado serviço ou venda, o orçamento deve apresentar alguns requisitos essenciais para sua validação plena, e sem margens a interpretações dúbias, e ainda que possa configurar como um meio de prova e defesa no caso de um possível entrave judicial. Além disso, contendo estes requisitos, o orçamento passa a ser mais esclarecedor para o cliente.

Abaixo exponho alguns requisitos que considero cruciais, que podem ser modificados ou adicionados de outros conforme a necessidade do prestador ou cliente:

I. Objeto do orçamento – se refere ao que está se propondo o orçamento: se é a prestação de serviço fotográfico em um casamento, a confecção de um book, a cessão ou licença de uma imagem, etc.

II. Identificação das partes – auto explicativo: o orçamento deve conter o nome do prestador e do cliente. O nome do prestador normalmente está contido no cabeçalho e na assinatura, por isso não demanda maiores explicações. Quanto ao nome do cliente, não é essencial, mas fica como sugestão para que se estabeleça uma relação de maior proximidade com o cliente, criando assim uma sensação de individualidade, que é ponto positivo em uma negociação.

III. Descrição do trabalho realizado ou mercadoria negociada – parte principal do orçamento. Neste ponto o prestador vai detalhar os serviços que serão prestados, ou no caso de venda irá determinar o que está sendo negociado. É importante ressaltar neste aspecto a importância dos detalhes que devem estar contidos no orçamento. Se o trabalho será entregue impresso, é crucial que esteja determinado o tipo de material (fotolivro, papel fotográfico, etc.) e especificação deste material (número de páginas e fotos do fotolivro ou dimensão da fotografia), além de numerar as quantidades de cada item. Nos casos de orçamento para reprodução fotográfica estará disposto o tipo de reprodução, a mídia que se destina, a abrangência, entre outras particularidades.

IV. Prazo de entrega ou prazo de execução – Como prazo de entrega cito o exemplo da fotografia de casamento, onde normalmente há apresentação do ensaio por meio de fotolivro e mídia portátil com as imagens. É importante que esteja previsto no orçamento em quanto tempo essa entrega. Essa informação também deverá estar contida no contrato, mas discriminar o prazo no orçamento é importante para dar maior segurança ao cliente, especialmente em casos onde há a ansiedade do cliente em ver o resultado, como no citado de casamento. No caso de prazo de execução, cito o exemplo de serviços prestados por determinado período de tempo, como a documentação de uma determinada obra ou a cobertura de um congresso ou feira.

V. Condições e/ou formas de pagamento – embora o assunto possa parecer constrangedor, é melhor informar previamente o cliente sobre as suas condições de pagamento do que ter que discutir posteriormente ao trabalho realizado. O assunto se torna ainda mais importante quando não é estabelecido contrato entre as partes, neste caso o cliente não poderá exigir uma condição de pagamento diversa daquela prevista no orçamento, ficando restrito ao que foi informado neste. Sugiro que as penalidades em caso de inadimplemento estejam previstas somente no contrato.

VI. Validade do orçamento – considero um requisito muito importante e que é um dos mais esquecidos. A legislação brasileira prevê que o orçamento é válido por 10 dias (conforme art. 40, § 1º do Código de Defesa do Consumidor) quando não especificado, a partir do recebimento do cliente (saliento que o prazo informado é válido somente para o Brasil, sendo que não encontrei dentro da legislação portuguesa o prazo correspondente). Embora a vigência legal do orçamento seja relativamente curta, é importante que seja definido um prazo, justamente para que não haja margem para discussão sobre a validade ou não de determinado orçamento e evitando até mesmo uma lide judicial.
 
VII. Data do orçamento – se houve estipulação do prazo de validade do orçamento, nada mais sensato do que informar a data (e local na medida do possível) em que este foi entregue. Para os casos de orçamento remetidos via e-mail, este requisito não se faz tão necessário, uma vez que a data de envio do e-mail constitui como prazo inicial para validade do mesmo.

Para finalizar, ressalto que existem diversos modelos de orçamento fotográficos disponíveis na web, entretanto os modelos não devem ser utilizados sem que haja uma preciosa análise dos requisitos que a compõe, conforme o exposto acima, e adequado à necessidade de cada cliente e prestador. Importante frisar: é mais válido pecar pelo excesso de informações do que pela sua precariedade."
 
O artigo é de autoria de Diogo Ramos, fotógrafo e advogado, especialista em Direito de Imagem e Autoral.
 
Link Original:
Fotografia DG